Hoje eu olhei pela janela e não vi nada de diferente. As mesmas coisas me rodeavam daquela forma cansativa e opressiva. Fechei os olhos enquanto a brisa balançava meus cabelos de leve, imaginando coisas que estavam além do aqui e do agora.
E eu quis que as coisas fossem diferentes. Cheguei a desejar ter experimentado tudo aquilo que deixei para trás só para ver quem seria a guria na frente da janela.
Talvez não houvesse mais nenhuma guria na frente da janela. O aqui não seria mais o meu presente - e talvez nem mesmo o agora seria o bastante para viver o que estaria vivendo.
As metáforas se tornariam constantes e as ideologias abandonadas talvez se tornassem minhas verdades. O ser, por princípios mais do que justos, seria mais do que o ter. E o saber se tornaria um mantra recitado em cada segundo e refletido por cada poro do corpo.
Abri os olhos, então, e fitei mais uma vez o meu redor; o que escolhi ao fazer ou deixar de fazer as coisas. O que me tornei por opção.
Passei reta pelo espelho e não encarei o reflexo que me devolveria um olhar perdido em possibilidades.
As hipóteses, essas megeras, só me deixam mais amargurada.
Somos o resultado de nossas tragedias ;D
ResponderExcluirSomos quem somos, nos tornamos exatamente o que deveríaos ter nos tornado... Como costumo dizer que o inimigo está do outro lado do espelho...
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